Live discute desinformação em saúde

Pesquisadora da UnB indica a educação midiática como antídoto. Educação em saúde teve destaque entre os termos mais buscados no Google no último ano

Discutir os processos de desinformação na saúde e as possibilidades de “vacinação” para os conteúdos que colocam em risco a vida da população foi o objetivo da live conduzida pelo professor e educador midiático do canal Ciber Educomunicação, Wagner Bezerra, ao entrevistar a professora associada do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (ECoS), Valéria Mendonça, no Instagram. A live realizada na quinta-feira (08/06) contou com a participação do público, com perguntas e compartilhamento de informações sobre as ações dos projetos desenvolvidos no Laboratório ECoS. 

De acordo com Valéria Mendonça, o antídoto da desinformação é a educação midiática, principalmente quando tratamos das fake news propagadas em torno da vacinação nos últimos anos. Durante a sua fala, ela ainda apontou que a divulgação de notícias falsas sempre vem acompanhada de juízos de valores de quem a produz: “Quando nós recebemos um bloco de notícias que são desinformativas, elas sempre trazem argumentos que no juízo de valor de quem a constrói tem uma ponta de verdade naquela construção, porque ela está associada a conceitos, preconceitos, processos culturais, crenças religiosas e políticas”.

Entretanto, um dos entraves que esse antídoto chamado educação midiática encontra é não ter conseguido alcançar a população como um todo, dessa forma, esse estudo continua restrito a uma bolha acadêmica. O professor Wagner Bezerra reforça a necessidade de alcançar o cidadão comum: “A educação midiática deveria ser um esforço de toda a sociedade”.

Durante a live, também foram reconhecidos os esforços da ministra da Saúde, Nísia Trindade, em combater a desinformação nas redes sociais, principalmente das notícias falsas elaboradas por um grupo de profissionais de saúde  que se dedica a produzir e disseminar conteúdos falsos, duvidosos, maliciosos e que impactam diretamente nas decisões das pessoas. O assunto foi abordado pelo anúncio feito pelo Ministério da Saúde, no início de junho, relativo à criação de um Grupo de Trabalho para avaliar os conteúdos que circulam e indicar punições aos responsáveis. No dia 30 de março, a ministra chamou de “criminosa” a divulgação de conteúdos sobre as vacinas, em especial a vacina bivalente da Covid-19.  

Educação em saúde

Wagner e Valéria reforçaram a necessidade de os professores que atuam nas escolas serem as primeiras fontes de informação, colaborando  para ensinar os estudantes  a reconhecerem e identificarem a veracidade das informações que circulam nas mídias digitais. A temática ganha relevância não apenas nos espaços acadêmicos. No último ano, as buscas pelo termo “educação em saúde” como campo de conhecimento no Google cresceu 130%, conforme dados do Google Trends.

Acesse a íntegra da live

Por Thamires de Almeida

Revisado por Fernanda Vasques Ferreira

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